domingo, 5 de dezembro de 2021

Para o garoto que eu amei


Sei que você seguiu sua vida. 

Eu também segui a minha.

Aos trancos e barrancos, mas segui.

Hoje me vejo diferente daquela menina que você conheceu.

Aquela menina não agiu da forma que a mulher de hoje agiria. Mas eu não tinha a maturidade que eu tenho agora.

Mudei muito. E me orgulho de cada batalha vencida.

Lutei contra mim mesma. 

Contra meus medos. Minhas inseguranças.

Lute contra minha própria vontade de desistir.

Mas eu venci. 

E hoje eu me tornei uma grande mulher.

Com defeitos, ainda. 

Mas uma mulher que jamais teria medo de sentir.

Não teria medo de viver o que tivesse que viver.

Não teria tantas travas.

A mulher de hoje é uma mulher livre.

Leve.

Que leva a vida de uma forma menos burocrática.

A mulher de hoje vive.

Sem medos.

Sem tabus.

Sem receio do futuro.

Aprendi a aproveitar o aqui e agora.

Aprendi a me valorizar e a valorizar as pessoas que continuam aqui apesar das tempestades.

Aquela menina do passado teria orgulho de tudo que a mulher de agora construiu. E evoluiu.

Mas você nunca notará isso. Não perceberá essas mudanças.

Porque você seguiu a vida.

E eu também segui.

domingo, 14 de novembro de 2021

Sobre a brevidade da vida


A verdade é que eu não ia escrever nada. Tudo já foi dito. Muitas pessoas já trouxeram suas reflexões e inclusive li algumas muito bonitas. Mas aqui, deitada pra dormir, sem sono, resolvi também fazer o meu desabafo.

Esse ano foi muito difícil. Tivemos muitas perdas. Sentimos muito medo. Sofremos tudo o que poderíamos sofrer. E quando achávamos que as coisas iriam melhores, quando começamos a ver uma luz no fim do túnel, fomos tomados novamente por um sentimento de perda.

Todo mundo perdeu. O Brasil perdeu. Você perdeu. Eu, com certeza, perdi.

Não estou aqui apenas para falar sobre a partida breve da Marília Mendonça, mas para trazer luz a uma reflexão que há tempos venho fazendo.

São tempos difíceis pra os sonhadores, não é? A maioria de nós já está desacreditada de melhora. Essa perda da esperança nos causa uma paralisia diante da vida.

A vida é mesmo coisa muito rara, e pensar que ela pode ser breve, faz surgir em nós uma vontade de viver. Uma vontade de aproveitar, de amar, de sentir tudo o que temos que sentir.

Nunca sabemos quando nossa história vai chegar ao fim. Nunca sabemos qual será nosso dia. Pode demorar muito ou nossa passagem aqui pode ser breve.

Não temos como medir.

Mas temos como viver.

Viver uma vida sem medos, sem apegos a negatividade. Precisamos aprender a abandonar cargas emocionais negativas.

Chegou a hora de começarmos a viver uma vida que vale a pena ser vivida.

Se sua estrada tiver chegado no final, você fez tudo o que queria ter feito?

Eu refleti que ainda não. E entrei em um acordo comigo para nunca mais deixar de ser autêntica com meus desejos e sentimentos. Não deixar de assumir meus erros e mudar.

Fiz uma promessa: sempre me colocar em primeiro lugar. E não aceitar menos do que o que eu mereço.

Prometi a mim mesma sempre estar perto das pessoas que eu amo. E não deixar nada e nem ninguém, me fazer duvidar de minha força. 

Não sei qual é o plano da vida e/ou de Deus pra mim. Mas não quero ter passado nessa vida em vão!

E você? Tem vivido uma vida que vale a pena ser vivida?


Eu não sou uma amiga boa para todas as horas


Sou chata as vezes. Posso ser muito metódica e, as vezes, até mesmo inflexível.

Mas sou uma amiga boa. Ou pelo menos acho que sim. Não sou falsa e sempre vou ser sincera com meus amigos. Ou estou contigo ou não estou.

Mas não sou uma amiga que cumpre todas as funções. Não mesmo. 

Eu não sou amiga boa pra rolê, tenho muitos horários e sou cansada demais pra tá naquela festa as 03 horas da manhã. Não gosto. Não vou. 

Mas sou amiga para algumas outras coisas. Tenho algumas habilidades, mas não tenho todas as habilidades.

Sou uma boa amiga pra conversar, pra sair pra tomar um café, pra ouvir. Pra jogar uma dama. Pra ver um filme. Pra te ajudar!

Já tive a necessidade de ser uma amiga para todas as horas. Hoje entendo que não sou. E tá tudo bem não ser.

Não me cobro mais por isso.

Sou meio séria as vezes. E dizem que sou muito literal. Mas não acho que isso seja algo tão ruim assim.

Na verdade já tentei muito mudar e me adaptar, mas hoje eu só me aceito e me acolho. E tá tudo bem.

Quero que as pessoas me aceitem como eu sou e não como elas querem que eu seja. 

E eu sou assim. 

domingo, 16 de maio de 2021

SEGUINDO

Eu segui. Ou pelo menos acho que sim. Algumas lembranças ainda me assolam. Alguns cheiros sempre vão ser gatilhos. Mas eu devia a mim mesma uma tentativa de seguir em frente. Ficar já não era mais uma opção. Não depois de tudo o que foi vivido e dito. Algumas coisas sempre estão aqui. Assim como você. Sim, você sempre fará parte de mim. As lembranças sempre estarão aqui. Não serão esquecidas. Mas serão resignificadas. Mas eu precisei seguir. Pois eu devia essa tentativa a mim mesma. Para onde eu to indo? Ainda não sei. Mas é como dizem, todo passo a diante te leva a algum lugar, e eu preciso ir a algum outro lugar. Porque aqui já não se faz mais morada. E apesar de que por muito tempo fez sentido, hoje já não faz mais. Então tudo que eu posso fazer é continuar, sobretudo, seguindo. Seguindo em frente.

domingo, 9 de agosto de 2020

Sinais

Solitária Fotografias de Banco de Imagens, Imagens Livres de ... Eu não costumo encarar muitas coisas como sinais. Você sabe como sou cética as vezes. Mas hoje foi diferente. Não sei se por eu estar diferente ou apenas porque foi algo muito simbólico.
Era apenas uma lembrança de algo muito bonito e que foi guardado comigo para que eu não esquecesse. Hoje eu peguei, acidentalmente, o livro que eu guardei tal lembrança. Sem notar que ainda guardava ali, vi tudo se esfarelar. Parecia que eu realmente precisava pegar aquilo e entender de uma vez por todas que não há mais o que guardar. As lembranças sempre vão existir, mas não posso ser cruel comigo e acumular gatilhos físicos. 
Sei que o que vivemos foi louco, insano, apaixonante. Mas acabou. O ciclo fechou. As coisas tem finais. As vezes não tão felizes como gostaríamos, mas tudo tem seu final. 
Havia muitos sinais que isso era loucura, e que a probabilidade de dar certo era nula. Nunca daria certo, certo? 
Mas seguimos, inebriados pelas emoções. Viciados na adrenalina que aquela situação nos causava. 
Ignoramos os sinais.
Nós Tentamos
Nos magoamos
Nos perdoamos 
Nos reaproximamos...
Nos afastamos
E nos perdemos! 

Tudo porque ignoramos os sinais. 

domingo, 14 de junho de 2020

Decide ai!


Chove lá fora, aqui dentro tempestade. | Vista da janela, Janelas ...O relógio marca meia noite e já passava da hora de dormir. O sono não havia chegado. Os pensamentos não paravam um segundo e parecia que eu ficaria louca de tanto pensar. Os últimos dias foram confusos. Recaídas, brigas, afastamento. Não sabia onde isso ia dar. Só sabia que doía. Mais uma vez, doía.  Eu havia prometido pra mim mesma que respeitaria os meus limites, no entanto, te ver aqui, nossa conexão... tudo era intenso e naquele momento eu só pensei no quanto te queria. Foi ótimo. Nossa conexão é algo que não sabia explicar. No entanto, bastava nos afastar que a autossabotagem falava mais alto. Dificuldade de dialogo sempre foi nosso problema mesmo. Discutíamos, você se afastava e se fechava. Eu ia atrás e aos poucos ia quebrando o bloqueio. Ontem não foi diferente. Você se fechou. Hoje eu tentei. Tentei, mas parei. Estou avaliando os danos. Já nos magoamos muito. Eu só não queria perder o que a gente tem, parece egoísmo de minha parte tentar manter alguém assim na minha vida. Parei para pensar. Meus pensamentos estão nebulosos, como a chuva lá fora. E eu não sei mais que rumo tomar. Eu sou uma navegante num mar de tempestade, a espera de um farol ou sinal para seguir.  
Se amar é deixar ir, por que não te deixo? Porque sou egoísta demais e medrosa demais para recomeçar de novo? E de novo? Ou porque no fundo ainda acredito que contigo é o certo? Meus pensamentos estão embalados por uma musica que toca ao fundo me fazendo pensar em você a cada estrofe. Eu só queria um sinal. Pra onde ir? O que fazer? Deixar fluir? Se te perder? Eu já perdi? Preciso sair de cena? Não sei como responder e nunca saberei. Decide ai e me deixa saber também.

domingo, 5 de janeiro de 2020

Sonho estranho


Eu estava numa espécie de festa. Muita gente no local. Algumas pessoas conhecidas minhas, mas oficialmente eu estava sozinha. Estava bebendo, mas totalmente consciente de tudo. E ai eu vi você. Com uma roda de amigos. Você me notou também e veio falar comigo. Nos abraçamos, trocando algumas informações e você me chamou pra ir sentar com sua galera. Meio tímida, mas eu fui. Conhecia alguns dali, inclusive. As horas passaram rápido, eu estava prestes a ir pra casa. E você disse que iria ainda procurar uma pousada. Ofereci minha casa para hospedar todo mundo e você falou que todos estavam com seus quartos reservados já, e que você havia decidido viajar em cima da hora.  Voltei a convidar, dessa vez apenas você, para ficar lá em casa. Havia espaço. Você titubeou, mas aceitou. Chegando em casa, que alias era bem perto de onde acontecida a festa, deixei você organizando suas coisas e fui na casa da minha mãe buscar algo... Não lembro bem o que era. Quando voltei, disse que eu ficaria no quarto de hospedes e você no meu, que era o mais confortável. Você veementemente negou. Continue a insistir e para que todo mundo ficasse confortável, chegamos ao consenso de ficarmos no meu quarto. Aliás, a cama era enorme. Ficamos cada qual no seu lado da cama, conversando sobre trivialidades. Aquilo era estranho e muito familiar ao mesmo tempo. Faltava-me palavras. E eu nunca fico sem palavras. Você me agradeceu pelo convite e eu disse que não podia ser diferente. Ficamos nos olhando um tempo. Seu cheiro era o meu favorito do mundo e perfumou todo o ambiente. Falei que sentia falta de você e você disse que também sentia, mas que havia sido melhor assim. Você passou a mão em meu rosto e subitamente eu dei um beijo suave em seus lábios.  Aquilo foi surpresa até pra mim, e você rapidamente se afastou. Eu pedi desculpas e você falou que tava tudo bem. Então viramos e fomos dormir. Fiquei meditando durante alguns minutos e peguei no sono. Estava cansada do dia, da festa e tudo mais. Acordei lá pelas 05h00min, de forma abrupta. Me acalmei quando senti seus braços envolta do meu corpo. Estávamos dormindo num abraço e eu simplesmente me senti em casa. Eu realmente sentia falta disso. Você estava balbuciando algumas coisas e eu não conseguia entender. Eram palavras soltas, meu nome, apelidos, como em uma narrativa irracional de algo. E você soltou um ‘eu te amo’. Eu sorri, me aproximei mais do seu ouvido e falei ‘eu também te amo’. Aninhei-me em seu peito. Meu coração foi aquietando as batidas e logo peguei novamente no sono. Ao acordar, passei a mão pela cama e você não estava mais lá. O seu cheiro havia ido embora. Procurei pelo apartamento. Nenhum sinal. Tinha sido um sonho. Um estranho e familiar sonho. E então eu voltei pra minha realidade.